Voivod: em Corroios

VOIVOD
EUROPEAN TOUR 2012
Voivod2

24 de Outubro - Cine Teatro Corroios (Corroios)

1ª parte: Concealment

Abertura de Portas - 20h00
Inicio do Espectáculo - 21h00

Os VOIVOD são vistos e aplaudidos de forma consensual como um dos mais inovadores e visionários nomes saídos do espectro da música extrema – e não é difícil perceber porquê. Ao longo de quase quarenta anos, a banda aperfeiçoou uma alquimia de peso que, através da fusão inteligente de thrash, punk, hardcore, rock, prog e psicadelismo, deu origem a alguma da música mais intrigante, provocatória e, em alguns momentos, surpreendentemente acessível produzida desde os anos 80. Ao longo de treze álbuns, o quarteto oriundo do Quebec levou a sua história musical de inspiração sci-fi ao infinito e reemergiu, reinventando o conceito e revitalizando-se a si próprio uma, outra e outra vez. Apesar das mutações, mantiveram-se inabaláveis como uma proposta digna de respeito nos círculos em que a qualidade da música e das ideias ainda vale mais que a força das modas e das tendências. Na sequência da explosiva estreia em solo nacional, o lendário grupo canadiano está de regresso a Portugal no próximo dia 24 de Outubro, para protagonizar um concerto único – e que promete ser uma vez mais memorável – no Cine-Teatro de Corroios.

Respeitados, influentes. Às vezes difíceis, outras, incrivelmente orelhudos. Umas vezes divinais, mas sempre a quilómetros de distância da competição, os VOIVOD são uma das bandas mais originais que alguma vez caminharam os trilhos do metal. E quais eram as probabilidades no início? Para muita gente, perto do zero. Quatro miúdos, influenciados por arte, drogas e a força bruta de bandas como Venom e Motörhead. Pós heavy metal, pré MTV. Os anos 80 estavam a começar e a ameaça de uma guerra nuclear parecia inevitável. Porque não viver o fim do mundo a beber uns copos e a escrever temas de metal punk? “Away” criou um universo, uma personagem; um anti-herói a que chamou The Voivod – imortal e imparável. Daí à criação da música para servir de banda-sonora a este vampiro da era pós-nuclear foi um passo, com “Piggy” a fornecer a música. Muito jovem, mas também incrivelmente talentoso, o guitarrista revelou uma criatividade a que ninguém se manteve indiferente, com a sua abordagem muito peculiar às seis cordas – misto do tecnicismo de Robert Fripp com o peso pesado dos riffs de Tony Iommi – a definir a personalidade do grupo. Discos como «Dimension Hatröss», «Nothingface», «Angel Rat» ou «The Outer Limits» influenciaram o thrash mais arrojado em termos técnicos, o tech death, o black metal avantgarde e, bem vistas as coisas, qualquer banda que use dissonâncias de forma proeminente.

Os VOIVOD já gravam e fazem digressões desde 1983. Desde que regressaram aos palcos após a morte de “Piggy”, em 2008, embarcaram num rigoroso esquema de tours, assinando atuações perante plateias rendidas um pouco por todo o mundo. Quase a entrar na quarta década de existência e no rescaldo de uma muito aplaudida participação na mais recente edição do festival Roadburn, onde escolheram as bandas para o cartaz de um dos dias e interpretaram na íntegra o clássico «Dimension Hatröss», preparam-se agora para dar mais um passo crucial no seu percurso. Na calha está «Target Earth», primeiro fruto da colaboração entre “Away”, “Snake”, “Blacky” e o substituto do malogrado “Piggy”, o exímio “Chewy”. No entanto, aquilo que torna este álbum especial é o facto de reunir os três sobreviventes da formação original no processo de composição, pela primeira vez desde «Angel Rat». Já descrito pelos músicos como um cruzamento entre a sonoridade mais progressiva do álbum de 1991 e a força de «Dimension Hatröss», este regresso aos discos reveste-se de uma expectativa imensa e o resultado final promete não desiludir. A caminho está também um documentário, que vai retratar de forma detalhada a história da banda, um exemplo de perseverança face a todos os obstáculos e contrariedades. Sempre em movimento e pouco interessados em viver apenas à custa das glórias do passado, os VOIVOD continuam a ser uma apaixonante anomalia, com o nome já inscrito no panteão do metal pós-moderno.

BIOGRAFIA:

O guitarrista Denis “Piggy” D'Amour, o baterista Michel “Away” Langevin, o vocalista Denis “Snake” Bélanger e o baixista Jean-Yves “Blacky” Thériault criaram o conceito original de Voivod – um guerreiro futurista cujas façanhas seriam narradas através das letras e das icónicas ilustrações de “Away” – há mais de três décadas. Estávamos no início dos anos 80 e o thrash dava então os primeiros passos do outro lado do Atlântico, após a explosão da New Wave Of British Heavy Metal. Inspirado por uma dieta de Venom, Motörhead e Mercyful Fate, o quarteto do Quebec, no Canadá, começou por fazer versões de temas dos seus grupos favoritos, mas depressa partiu para a composição dos primeiros originais. A sonoridade era tão primitiva quanto rápida e demolidora, marcando desde logo uma posição forte. Os primeiros dois lançamentos, a estreia em álbum com «War And Pain» de 1984 e «Rrröööaaarrr», gravado dois anos depois, estão entre as mais viscerais descargas de speed/thrash gravadas na época e, mesmo que incompreendidos aquando das suas edições, são hoje aplaudidos como pedras basilares da música extrema. Um som cru, movido pela intensidade de quatro adolescentes que, para evitar os rigorosos invernos canadianos, se fechavam numa sala de ensaios para libertar as frustrações do dia-a-dia. «Killing Technology», de 1987, mostrou-os a refinarem o método de composição, traduzido numa abordagem mais direta e numa abertura do leque de influências que ninguém podia ter imaginado ao ouvir temas como «Iron Gang», «Fuck Off And Die» ou «To The Death». Agora mais influenciados pelo efervescente movimento punk/hardcore da altura do que propriamente pelos seus pares metaleiros, os temas continuavam a ser rápidos e cortantes, mas o álbum seguinte, «Dimension Hatröss», de 1998, mostrou que o grupo tinha outros truques na manga.

O mais importante dos segredos do sucesso dos Voivod foi, sem dúvida, a admiração de “Piggy” por mestres da música progressiva como os Pink Floyd e King Crimson. Adotando uma identidade muito própria na sua aproximação às seis cordas, foi por esta altura que o guitarrista começou a estabelecer-se como um dos instrumentistas mais influentes e respeitados da sua geração, ajudando muito à evolução do ADN musical do grupo. Cheio de acordes dissonantes e carregado de uma atitude prog sem par no thrash à data da primeira edição, «Nothingface» chegou aos escaparates em Outubro de 1989 e afirmou-se como o culminar de uma fase para o quarteto. Ao quinto álbum, os músicos não só concretizaram tudo o que já andavam a prometer há quatro discos como ainda assinaram o seu maior sucesso comercial, transformando-se no primeiro grupo canadiano de thrash a ser reconhecido além-fronteiras. O álbum, que inclui uma versão de «Astronomy Domine», dos Pink Floyd, trepou à tabela da Billboard e os riffs angulares e cirúrgicos de «Missing Sequences» ou «Pre-Ignition» foram aplaudidos pela imprensa... E o melhor é que, nesta altura, já ninguém podia prever o próximo passo da banda. «Angel Rat», gravado dois anos depois, revelou-se uma caixinha de surpresas. Surpreendente, no mínimo. Mais acessível e “alternativo”, o sexto álbum revelou um projeto em constante mutação – a todos os nível, neste caso. Até ali imutável, o quarteto sofreu as primeiras mudanças, primeiro com a saída de “Blacky” e, já após a gravação de «The Outer Limits» em 1993, de “Snake”. O resto da década de 90 resume-se basicamente a «Negatron» e «Phobos», gravados como trio, com o novato Eric Forrest a acumular o baixo e a voz. Em 2001, depois de um acidente de viação em tour e de um período de inatividade quebrado apenas pela edição de «Voivod Lives», o grupo anuncia oficialmente o fim.

No entanto, nem um ano depois, a dupla “Piggy” e “Away” abre a porta ao carismático “Snake” para voltar a ocupar o lugar atrás do micro e, com Jason Newsted, ex-Flotsam And Jetsam e Metallica, no baixo, gravam «Voivod» em 2003. Numa altura em que começavam a recuperar a atenção do público, Denis D'Amour é diagnosticado com cancro do cólon e o grupo vê-se perante um dos períodos mais complicados de sempre. O músico acaba por falecer em Agosto de 2005, depois de uma dura batalha com a doença. No ano seguinte é editado «Katorz», construído a partir das linhas de guitarra deixadas por “Piggy” no seu laptop. O disco marca também um regresso aos espetáculos e às digressões, com Daniel “Chewy” Mongrain (ex-Martyr) na guitarra. Quatro anos depois é editado «Infini», reunindo os últimos riffs do espólio de D'Amour. Já com “Blacky” de regresso ao grupo e bastante ativos em termos de digressões, sendo uma presença assídua nos grandes festivais, os músicos começaram finalmente a compor, dando início a mais uma fase no seu longo percurso – o sucessor de «Infini» contém o primeiro material escrito pelo trio composto por “Away”, “Snake” e “Blacky” em parceria com “Chewy”. «Target Earth» foi gravado em Janeiro de 2012 pelo reputado Pierre Rémillard (que já trabalhou com pesos pesados como os Cryptopsy, Krisiun ou Misery Index) no Wild Studio, situado na pequena vila de St-Zénon.

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24 de Outubro - Cine Teatro Corroios (Corroios)

1ª parte: Concealment

Abertura de Portas - 20h00
Início do Espectáculo - 21h00


Preço dos bilhetes: 20,00 Euros

Press Release: Prime Artists

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