
Ruben Viegas
“Lilith” a aguardada estreia em LP dos Lâmina
Elogiado pela crítica especializada, LILITH é o nome do álbum de estreia de LÂMINA que foi editado na passada sexta-feira, 2 de Junho, e apresentado ao vivo no dia seguinte no Sabotage, em Lisboa. A digressão de apresentação passa a 17 Junho pela Associação A9, em Santarém, e a 20 de Julho pelo Woodrock Festival, na Figueira da Foz. Mais datas serão anunciadas em breve.
O psicadelismo com corpo stoner e alma doom de LÂMINA nasceu em Agosto de 2013, pela mão de Vasco Duarte na guitarra e voz (Homens da Luta e Kalashnikov), Sérgio Pratas da Costa na guitarra (ilustrador e designer, autor da capa e booklet do disco), Katari na bateria (Anarchicks) e Filipe Homem Fonseca no baixo (escritor e argumentista). O quarteto já abriu para Greenleaf ou Acid King e tocou em festivais como o Sonic Blast Moledo e o Reverence Valada, em edições por onde passaram bandas como Pentagram ou Sleep.
Disponível para download gratuito na versão digital, no Bandcamp, o formato físico de LILITH conta com o selo da raging planet. O álbum, composto por 7 músicas, é uma viagem de 53 minutos sem roteiro definido que explora influências musicais e imagéticas de contornos psicadélicos e obscuros.
A 31 de Outubro do ano passado, LÂMINA lançou o vídeo oficial para o tema “In The Warmth Of Lilith”, uma curta metragem com cerca de 10 minutos pensada, produzida e realizada pela própria banda. Retrato conceptual, ilustra a história mitológica de Lilith e estabelece uma analogia com este primeiro álbum.
Press Release: LIVECOM
Halsey com novo álbum “hopeless fountain kingdom” já nas lojas
Vídeo do novo single, “Now Or Never”, soma quase 81 milhões de streams no Spotify
Halsey, a multiplatinada artista revelação da pop alternativa, acaba de lançar o seu segundo álbum de estúdio, “hopeless fountain kingdom”. “hopeless fountain kingdom”, que conta com produção executiva de Halsey, Benny Blanco, Greg Kurstin, Lido e Ricky Reed, conta com convidados como Quavo, Lauren Jauregui e Cashmere Cat.
“A Halsey podia escrever uma letra a dizer que estava no meu frigorífico e, mesmo assim, isso iria soar poético”, diz Benny Blanco, que produziu o primeiro single, “Now Or Never”. “Ela tem a proeza de te conseguir fazer rir e chorar ao mesmo tempo e fazer com que tudo isso seja natural.”
“Now Or Never” acaba de atingir a marca de Ouro no mercado norte-americano. “hopeless fountain kingdom” será apresentado ao vivo ao longo deste ano, numa digressão que arranca a 29 de setembro e na qual Halsey estará acompanhada de PartyNextDoor e Charli XCX. Enquanto isso, o processo criativo deste álbum foi muito estimulante.
“[Halsey] tem um ponto de vista muito marcado e ela dedica mesmo muito pensamento e muito cuidado nas suas letras”, diz o produtor Greg Kurstin. “Compor com ela foi inspirador.”
“Não tinha ideia o quão incrível como compositora era a Halsey antes de nos conhecermos”, reforça o produzir Ricky Reed. “Normalmente ela chegava e descrevia uma cena visual louca: ‘Imagino o Jimi Hendrix a solar numa Catedral Roaman, com a luz a atravessar os vitrais e ele com uma camisa havaiana.’ Alimento-me desse tipo de inspiração”, diz Reed. “O que fazia era que começava a construir a canção a partir dessa visão e quando eu eu terminava ela já tinha as letras para o tema. Para mim, ela é brilhante e uma verdadeira lenda viva.”
Após atuações no “The Tonight Show starring Jimmy Fallon” e nos Billboard Music Awards, Halsey atuará a 8 de junho no “The Late Show with Stephen Colbert” e a 9 de junho no “The Today Show”.
Até à data, “Now or Never” soma mais de 81 milhões de streams no Spotify e 22 milhões de visualizações combinadas no YouTube/VEVO. “Eyes Closed”, o single que se sucede, já gerou 9,2 milhões de streams no Spotify. Já na semana passada, o tema “Strangers (feat. Lauren Jauregui)” cativou a atenção dos ouvintes e granjeou um grande apoio de publicações como a “Elle”, “Spin” ou “Billboard”.
Halsey chegou ao reinado da cultura pop em 2015 com o álbum “Badlands”, do qual foram retirados cinco singles que atingiram marca de ouro e platina. O disco entrou diretamente para o 2.º lugar do Billboard Top 200 e chegou à marca de platina em menos de um ano. Halsey esgotou arenas por onde passou e este ano foi nomeada para os Grammys na categoria de Melhor Performance Pop de um Duo/Grupo com “Closer”, êxito feito em parceria com os The Chainsmokers que recebeu sete platinas. O seu reinado continua com “hopeless fountain kingdom”.
Press Release: Universal Music Portugal
Ice Cube reedita “Death Certificate”
Ice Cube: Ícone da rap da West Coast assina pela Interscope Records e reedita “Death Certificate”
Reedição do álbum “Death Certificate” inclui três novos temas, entre eles o single “Good Cop, Bad Cop”, e está disponível em pré-venda
A Interscope Records acaba de anunciar que assinou contrato com Ice Cube, autêntico ícone do rap da West Coast. Conhecido por ser uma das figuras mais importantes da história do rap, Ice Cube começou a sua carreira com o célebre grupo N.W.A., há duas décadas. No pico do sucesso do grupo, Ice Cube decidiu sair da formação e começar uma carreira a solo. Com mais de 10 milhões de álbuns vendidos até à data, Cube junta-se à editora depois de vários anos a lançar música de forma independente através da sua Lench Mob Records, através da qual saiu em 2006 “Laugh Now, Cry Later”, que atingiu a marca de Ouro no mercado norte-americano.
O primeiro projeto desta parceria é uma edição do 25.º aniversário do altamente controverso segundo álbum de Ice Cube. “Death Certificate: 25th Anniversary Edition” será editado a 9 de junho. Esta reedição incluirá três novas canções: “Only One Me”, “Dominate the Weak” e o single “Good cop, Bad Cop”. Lançado originalmente a 29 de outubro de 1991 e produzido por OG Cube, Sir Jinx e Boohiemen (DJ Pooh, Bobcat e Rashad Coes), esse álbum incendiário atingiu o n.º 1 da tabela da Billboard de Álbuns de R&B/Hip Hop e vendeu mais de cinco milhões de cópias em todo o mundo, sendo um retrato tudo da vida no bairro de South Central, em Los Angeles, através dos olhos de um dos maiores e melhores contadores de histórias do rap.
Gravado pouco depois do espancamento de Rodney King em 1991, Cube contextualiza a dureza que caracteriza “Death Certificate”, declarando um “estado de emergência” e dividindo este opus de 20 temas em duas partes. “‘The Death Side’ é um espelho de onde estamos hoje, enquanto ‘The Life Side’ representa uma visão para onde precisamos de ir.” O tom revolucionário do álbum é estabelecido logo no tema de abertura "The Wrong Ni*** To F*** Wit".
Na época o álbum esteve envolto em controvérsia, tendo sido alvo de críticas da ativista Angela Davis, do Simon Wiesenthan Center (organização judaica de direitos humanos) e até do estado de Oregon, que tornou o disco ilegal, mas “Death Certificate” acabou por ser considerado uma obra-prima, sendo que Ice Cube foi aclamado pelos seus comentários sociopolíticos incisivos. Vinte e cinco anos depois, Cube afirma que o álbum se mantém relevante. “Infelizmente, a nossa comunidade está a lidar com muitos dos mesmos problemas”, diz. “Só espero que os jovens millenials que se sentem sem forças possam canalizar a sua raiva e frustração ao ouvir este disco.”
“Death Certificate: 25th Anniversary Edition” está a partir de hoje disponível em regime de pré-venda. Quem fizer a reserva recebe imediatamente uma das canções inéditas, “Only One Me”.
Press Release: Universal Music Portugal
Lorde desvenda novo single: “Perfect Places”
“Melodrama”, o segundo álbum de Lorde, chega às lojas a 16 de junho. Já disponível em regime de pré-venda
Depois de uma intensa atuação no Big Weekend da Radio 1, no Reino Unido, e aproximando-se da data de lançamento do seu segundo álbum, “Melodrama”, Lorde revela hoje um novo single deste tão aguardado disco, “Perfect Places”. Este tema eufórico serve de cenário para um verão descontraído, sendo um verdadeiro hino para todos os que são jovens de coração. “Perfect Places” já se encontra disponível.
Este ano, Lorde vai encabeçar os cartazes de alguns dos principais festivais de música, como Glastonbury, Governors Ball, Bonnaroo, Lollapalooza, Rsokilde, Outside Lands, Life Is Beautiful, e outros.
“Perfect Places” foi coproduzida por Lorde. “Melodrama” está disponível em regime de pré-venda, sendo que quem fizer já a sua reserva do álbum recebe imediatamente o tema “Liability”, produzido por Lorde e Jack Antonoff, e o primeiro single deste disco, “Green Light”, produzido por Lorde, Jack Antonoff e Frank Dukes.
Em 2013, a jovem de 16 anos Lorde confirmou-se calmamente, mas com confiança, como a voz de uma geração com o seu álbum de estreia, “Pure Heroine”. O álbum atingiu a marca de tripla platina, vendendo mais de 4 milhões de discos em todo o mundo, além de ter sido premiado com dois prémios Grammy e um prémio BRIT. Do álbum foram ainda retirados os singles “Royals” (um sucesso internacional que foi sete vezes platina) e “Team” (quádrupla platina).
Em 2014, Lorde atuou com os Nirvana na cerimónia do Rock and Roll Hall of Fame e no ano passado fez também a curadoria da banda sonora oficial do filme “The Hunger Games: A Revolta – Parte 1” e gravou o tema “Yellow Flicker Beat” como o single principal. Este ano, Lorde regressou finalmente à música com o single “Green Light”, do muito aguardado segundo álbum, com data de lançamento marcada para 16 de junho.
Press Release: Universal Music Portugal
Placebo criam curta-metragem para versão de “Life’s What You Make It”, dos Talk Talk
Recentemente o grupo atuou para plateias esgotadas em Guimarães e no Coliseu de Lisboa
Depois de recentemente terem celebrado 20 anos de um percurso inigualável em salas esgotadas em Guimarães e no Coliseu dos Recreios, em Lisboa, os Placebo acabam de revelar o vídeo para o seu mais recente single, uma versão de “Life’s What You Make It”, um tema original dos Talk Talk.
O grupo britânico revela assim um filme verdadeiramente deslumbrante, realizado por Sasha Rainbow e rodado em Agbogbloshie, uma antiga zona húmida no coração de Accra, no Gana, que é um dos maiores depósitos de resíduos eletrónicos do mundo. No vídeo, é criado um cenário apocalíptico, onde o lixo e os habitantes desse local vivem no mesmo espaço.
“Life’s What You Make”, o tema principal do EP homónimo que os Placebo lançaram no ano passado, lembra-nos imediatamente de todas as razões que nos fizeram apaixonar pelo grupo. Existe muito em comum entre o trabalho dos Talk Talk (que lançaram originalmente o tema em 1986) e os Placebo: ambos mantiveram-se verdadeiros quanto à sua visão artística, mesmo que isso tenha, por vezes, significado seguir um caminho nada fácil. A mensagem da música de retirar o melhor das circunstâncias vai especialmente ao encontro dos desafios que se vivem atualmente.
“Fizemos uma versão de ‘Life’s What You Make It’ dos Talk Talk porque é uma canção dos anos 1980 que ainda gostamos e pensámos se conseguiríamos replicar o sucesso estrondoso de Gwen Stefani e da sua banda com a versão de ‘It’s My Life’. Isso continua por acontecer…", diz Brian Molko
Molko queria algo diferente para o filme que acompanha a canção. Inicialmente tinha um conceito em mente que era largamente inspirado no vídeo original dos Talk Talk, que foi rodado à noite no Wimbledon Common, em Londres. Incluía a banda rodeada pela natureza, que era assim completada por, como o próprio Molko descreve, “pequenas belezas rastejando nas folhas”. Brian imaginou que poderia ser feita uma versão atualizada deste vídeo, no qual "a banda fosse robots tocando instrumentos e que o lixo eletrónico substituísse a natureza.”
No entanto, não receberam as respostas mais apropriadas quando lançaram este desafio a criadores. "A única realizadora que veio ter connosco com uma ideia sobre lixo eletrónico foi a Sasha Rainbow. Liguei-lhe e descobri que estava a falar com uma mulher muito corajosa e apaixonada.”
O resultado desta parceria já está disponível e é só uma de várias surpresas que os Placebo têm preparadas para 2017.
Press Release: Universal Music Portugal
Luísa Sobral - “Luísa” foi editado dia 2 Junho em Espanha
Concerto no Teatro Real, em Madrid agendado para dia 24 de julho
Luísa Sobral vê hoje o seu mais recente álbum ser editado pela Universal Espanha, como aliás foram todos os discos anteriores. “Luísa” chega assim ao público espanhol, devidamente apresentado por uma das mais prestigiadas cronistas e escritoras espanholas, Elvira Lindo, que lhe dedicou uma página no El País, no passado domingo. “Pequenas histórias interpretadas por esta voz peculiar que não se confunde com nenhuma outra”, escreve a autora da famosa saga de Manolito Gafotas.
Editado o disco, Luísa Sobral regressa a Espanha para o apresentar no próximo dia 24 de julho, no Teatro Real, em Madrid, no âmbito do Universal Music Festival, que reunirá nomes como Sting, Pet Shop Boys, Tom Jones, David Bisbal, Zucchero, Tomatito y Michel Camilo, The Pretenders, entre outros. O concerto de Luísa Sobral insere-se na programação matinal onde também atuarão Jorge Marazu, Fernando Alfaro, Bely Basarte, Juan Habichuela Nieto e Antonio Orozco.
"Luísa” foi editado em Portugal no final do ano passado e tem ocupado, semanalmente, a tabela dos discos mais vendidos nacionalmente, tendo regressado ao top 5 após a redobrada popularidade que lhe trouxe a vitória histórica no Festival da Eurovisão da Canção.
Press Release: Universal Music Portugal
Guns N' Roses - Passeio Marítimo de Algés - 2 Junho 2017
Guns N’ Roses fazem as pazes com o passado
Duelos de guitarra de grande dimensão e profundidade, um Axl disposto a animar as hostes e a ser pertinente nas suas intervenções (por vezes com bastante piada), uma banda coesa, feliz com o seu “all rock show” e uns visuais de fazerem inveja a uns Chemical Brothers. Foi isso que experienciamos em Algés, num fim de dia ventoso, um autêntico sonho em que praticamente tudo correu sobre rodas.
Ainda assim, bem que os Guns N’ Roses podiam esquecer o álbum maldito “Chinese Democracy” e tocar integralmente “Appetite for Destruction” e “Use Your Illusion I e II”. Bom, talvez não aconteça durante esta vida, como indicia o nome da digressão (“Not in this Lifetime Tour”).
A banda de Los Angeles, Califórnia - onde, por estes dias o ex-governador Arnold ‘hasta la vista, baby’ Schwarzenegger procura combater a política anti-verde de Donald Trump; Arnie, o mesmo de “Exterminador Implacável”, nomeadamente o segundo capítulo da saga, para a qual os GnR criaram “You Could Be Mine” - sarou as feridas para uma digressão que os fãs julgavam impossível com boa parte da composição original - Axl Rose (voz, piano), Slash (guitarra), Duff McKagan (baixo), Dizzy Reed (teclados), Richard Fortus (guitarra), Frank Ferrer (bateria) e Melissa Reese (teclados).
“It's So Easy”, a abertura aguardada, com 15 minutos de atraso, sem prejuízo dos presentes, e com um som pelo menos duas vezes mais alto e melhor definido do que nos concertos anteriores. Hora mágica, muitos facebook live para registar o regresso dos GnR a Portugal. Axl já em forma, sóbrio, depois da cadeira na qual atuou com os AC/DC em maio de 2016. Duff, por seu lado, a exibir com orgulho o símbolo de Prince no seu baixo e a t-shirt de homenagem ao Lemmy. E seguimos para “Mr. Brownstone”.
Um simples “Boa noite” de Axl apresenta “Chinese Democracy”, tema que permite que Slash, com as cores de Portugal na guitarra (verde) e t-shirt (vermelha), possa brilhar na transição fabulosa para “Welcome to the Jungle”. Axl arrepia pela primeira vez o público.
Em “Double Talkin' Jive” Slash volta a brilhar e a improvisar ao ponto de deixar a equipa de realização do ecrã de palco com uma bonita imagem de rosas vermelhas em pausa.
“Better” parece comunicar diretamente com NIN e Marilyn Manson, também em termos de visuais. A banda soa bem, o som está profissional e oleado, com menos pregos do que no passado. “Only in it for the money?” Como diria Zappa. Naturalmente. Mas também uma banda com vontade de deixar um legado às novas gerações e emendar os erros do passado - muitas destas músicas são verdadeiros hinos transferidos de pais para filhos que merecem esta interpretação e qualidade de produção.
“Estranged”, com bonitas medusas no vídeo, dá início à fase “Use Your Illusion”, um dos melhores duplos álbuns da história do rock n’ roll. Paul McCartney e os seus Wings aprovariam esta versão acelerada de “Live and Let Die”. Aliás, a banda de LA sempre foi prolífica em adaptações de terceiros - com verdadeiros melhoramentos ao vivo, as músicas parecem originais dos GnR. E para os mais distraídos serão.
Fortus e Slash comunicam de forma imparável, rivalizando mesmo Axl no poderoso “Rocket Queen”. Como diriam Steve Vai ou Joe Satriani, as guitarras também têm sentimentos.
“Como estão? Está uma bela noite, não vos parece?” afirma Axl antes do clássico “You Could Be Mine”, um dos vídeos de maior rotação na MTV do início dos anos 90. Rock rasgado, pujante, a dar tudo. O vídeo aponta para um “Exterminador” futurista, como se James Cameron nos tivesse ligado para colocarmos uns óculos 3D.
Duff introduz a solo e na voz “New Rose”, um dos temas mais reconhecíveis dos fundadores do punk, The Damned. Mais uma bela versão (e um vídeo simples inspirado no universo Marvel). Axl regressa para com o seu melhor falseto presentear a audiência com a balada “This I Love” (olá Meatloaf, olá Scorpions).
Numa América cada vez mais dividida na era Trump, um tema como “Civil War” faz todo o sentido, colocando o dedo na ferida aberta e como convite à reflexão (mesmo que seja interna). “Voodoo Child", de Jimi Hendrix, no final, é uma justa homenagem ao melhor guitarrista de sempre. Slash em alta, uma vez mais.
Reconhecível aos primeiros acordes através do piano da série “Westworld”, “Black Hole Sun”, dos Soundgarden, surge aqui bastante colada à negritude do original e apenas um bocado mais pesada, em homenagem ao recentemente desaparecido Chris Cornell.
“Coma”, da qual os próprios GnR saíram, felizmente, para nos presentearem um poderoso rock, pontuado a espaços por azeite, como praticamente todo o rock mais mainstream, mas ainda assim escorreito, dinâmico, bem interpretado, 100% compreensível, no limite dos decibéis, rasgado, com muita descendência. E aqui estão eles a reclamar um lugar no Olimpo do rock, ao lado dos grandes que homenageiam esta noite e de outros tantos.
A banda é devidamente apresentada com destaque para um ‘carregado’ (da parte de Axl) “Slash”, como se estivesse de alguma forma a pedir desculpas pelo passado. E Slash, depois de solar e rockar, oferece, generosamente, uma incrível versão “Speak Softly Love”, banda sonora de “O Padrinho”. Certamente que Francis Ford Coppola aprovaria o brilharete numa ponte perfeita para os acordes mais reconhecíveis dos GnR a soarem tão bem ou mesmo melhor do que a primeira vez que os ouvimos em disco. Falamos obviamente de “Sweet Child O' Mine”, cantada em uníssono. Axl aproveita para mudar de indumentária e de cores, trajando agora branco e um chapéu amarelo - e ficamo-nos por aqui que isto não é um blogue de moda. Siga a música com “Out Ta Get Me”.
Fortus e Slash estão de volta aos duelos com “Wish You Were Here”, versão cantada pelo público que reconhece bem os Pink Floyd e sabe que nunca mais os verá ao vivo. A nostalgia também passa por aqui. Até Axl interromper os guitarristas: “estes dois ficavam aqui a brincar até morrer”, ironiza.
“November Rain” e “Knockin' on Heaven's Door” têm versões bastante dinâmicas, a primeira ainda com mais piano, mais solos, a segunda quase dub, de sentir o cheirinho a ganza a curta distância. E claro, mais duelos de guitarra e um Axl a aproximar-se do público feminino: “têm uns 15 ou 16 anos, não?”. Bob Dylan voltaria a ganhar um Nobel (ou talvez não fosse caso para tanto). Siga para o final à AC/DC com “Nightrain”. E acabou assim? Não. Pouco depois o regresso para o encore, num total de praticamente três horas de espectáculo.
“Patience”, versão acústica, de arranjo simples, bem tocada e com um assobiar certinho de Axl; “Whole Lotta Rosie”, dos AC/DC, novamente a rockar como gente grande - um tema “obrigatório”, segundo o vocalista, desde as primeiras vezes na Europa; “Paradise City”, outro êxito global, a ser tocado ‘comme il faut’, pirotecnia e confettis e guitarras no expoente máximo. Deram praticamente tudo e a mais não eram obrigados.
“You Know My Name”, tema que Chris Cornell escreveu para “007 - Casino Royale”, segunda parte de uma sentida homenagem acompanha a saída do público, após a despedida da banda, com a tradicional distribuição de palhetas, perante a natural ovação do público absolutamente saciado com o que testemunhara.
Minutos antes dos GnR entrarem em palco, o mesmo tinha sido ocupado por Mark Lanegan. O ex-Screaming Trees promove por estes dias “Gargoyle”, o seu décimo álbum de originais. O som não terá ajudado à perceção das músicas e muitos aproveitaram para comer, beber, tirar selfies ou fazer diretos com sósias do Slash e do Axl, estando-se nas tintas para o senhor Lanegan. Serviços mínimos, sem fazer sequer uma comunicação com o público e limitando-se a cumprir calendário. Esperávamos mais.
No início da noite marcaram presença os texanos Tyler Bryant & the Shakedown.
Apesar de ser um ‘fedelho’ de 26 anos, Tyler Dow Bryant tem uma impressionante carreira, tendo sido artista suporte de Jeff Beck, Aerosmith, Lynyrd Skynyrd, B.B. King ou AC/DC. “Wild Child” (2013) e “The Wayside” (2015) são os discos que editaram até ao momento, mas palpita-nos que devem estar a forjar um novo registo a editar ainda este ano. Merecem ser mais conhecidos e terem mais oportunidades de mostrar o seu rock inspirado. Boa escolha dos GnR.
Alinhamento
- It's So Easy
- Mr. Brownstone
- Chinese Democracy
- Welcome to the Jungle
- Double Talkin' Jive
- Better
- Estranged
- Live and Let Die, dos Wings
- Rocket Queen
- You Could Be Mine
- New Rose, dos The Damned
- This I Love
- Civil War
- Black Hole Sun, dos Soundgarden
- Coma
- Solo de guitarra de Slash
- Speak Softly Love, da BSO de “O Padrinho”
- Sweet Child O' Mine
- Out Ta Get Me
- Wish You Were Here, dos Pink Floyd
- November Rain
- Knockin' on Heaven's Door, de Bob Dylan
- Nightrain
Encore:
- Patience
- Whole Lotta Rosie, dos AC/DC
- Paradise City
https://www.checksound.pt/index.php/videoclipes/itemlist/user/62-rubenviegas?start=170#sigProId3de0fea0f0
Texto: Filipe Pedro
Dream Theater - Coliseu do Porto - 30 Abril 2017
https://www.checksound.pt/index.php/videoclipes/itemlist/user/62-rubenviegas?start=170#sigProId5b67d54696
Fotografia: Rúben Viegas
Parkway Drive - Lisboa ao Vivo - 28 Abril 2017
Simple Minds Acoustic Live - Coliseu de Lisboa - 3 Maio 2017
https://www.checksound.pt/index.php/videoclipes/itemlist/user/62-rubenviegas?start=170#sigProId7afbfb63c6
Fotografia: Rúben Viegas